domingo, 3 de junho de 2012

Tempo que apaga o tempo


Tempo que apaga o tempo



Nos filmes e livros sobre viagens no tempo, podemos observar os costumes e modos de vida de pessoas que por aqui estiveram. Seu trajar, sua comunicação, seus pensamentos, literatura, arte, música, a maneira de encarar a vida e até mesmo seu posicionamento perante a vida e a religião.

Mas na verdade as pessoas não vivem a vida pensando no que podem construir ou fazer para deixar um legado, fazer história, apenas vivem fazendo delas mesmas partes do conjunto dessa história. Como o tempo passa rapidamente, muitas não se dão conta do que poderiam ter feito com sua preciosa passagem por esse planeta.

Vejo o crescimento do homem através dos tempos como o caminhar das formigas e ao afunilar-se aos nossos dias como guepardos lutando por suas presas.

Tentando ultrapassar limites de tempo e espaço marcando sua presença nessa era, o homem moderno corre para não deixar passar sua vida em vão. Talvez esse seja o pensamento daqueles que realmente escrevem seu nome na história.

Mas o que significa um nome na história, diante da imensidão incomensurável do tempo? – Nesses 4.500 bilhões da existência, como podemos afirmar se já não existiu outros intervalos de 40.000 anos onde o próprio homem em outros tipos de evolução, não alcançou patamares quem sabe até superiores a este a que vivemos agora.

Este assunto em muito me fascina. Penso em Leonardo da Vinci e me pergunto o que ele diria ou como se comportaria se viajasse para futuro aos nossos dias, por exemplo! – O que sentiria ao ver aviões cruzando o céu a cada 5 minutos, ou andando de metrô pelos bairros da Cidade, os enormes congestionamentos de veículos ou a multidão se encaminhando para o trabalho pela manhã. Como reagiria ao  se deparar com uma simples TV ou sentar-se a frente de um computador. Mesmo com toda elevada capacidade que possuía, certamente ficaria deslumbrado.
Como as grandes descobertas e inventos tecnológicos se deram basicamente nos últimos 150 anos, imagino como nós criaturas desta era nos comportaríamos se pudéssemos estar presentes daqui a 200 anos. O que pensará uma criatura do século XXIII a nosso respeito? – Será que pensará da mesma maneira que pensamos dos povos que viveram no século XVIII?
Os feitos de ontem, assim como os feitos de hoje, serão naturais ou ultrapassados. A evolução é constante e não cabe em si. Acredito que a diferença entre os grandes nomes escritos na História no passado serão eternizados não só pelos seus feitos, mas pelo volume de fatos ocorridos de acordo com suas épocas.
Hoje temos várias descobertas simultâneas em diversas partes do planeta, descobertas essas que motivadas pela grande gama de informações, passam despercebidas pela maioria das pessoas, principalmente aos desprovidos dos meios de comunicação.
Como interagir, como fazer para se manter um nome vivo na história? – Talvez certos acasos em novas descobertas, ou quem sabe atitudes para que se tornem exemplos aos demais, talvez o realizar inconfundível de criações onde o cunho do feito denote ou evidencie uma maestria nesse próprio feito. Não importa, apenas faça valer seus próprios feitos. O mesmo Sol que brilhou para Leonardo da Vince é o que ainda brilha para Você.
O tempo! Você já se perguntou quantos dias se passaram desde o seu nascimento? – Suponhamos que tenhas 45 anos: 45x365= 16.425 dias, isso significa que todos esses dias se realizaram. Você foi dormir e acordou no dia seguinte e assim sucessivamente. Pense em um momento qualquer da sua vida e lembre-se de algum fato relevante, situe mais ou menos em que época aconteceu, viaje no tempo e reviva este fato, mas viaje mesmo, busque detalhes do acontecimento, tente rever pessoas envolvidas não com a imagem de hoje, mas com a imagem da época, faça isso por alguns minutos de olhos fechados. É impressionante o poder que temos de ir e vir em nossas mentes. Você acaba de reviver uma experiência fantástica que não durou mais do que 1 minuto, no entanto o fato ocorrido pode ter levado horas ou até mesmo dias. Isso faz parte de Você, da sua vida e da sua história, mas na verdade hoje em sua mente é uma simples lembrança como um sonho, que pode até se confundir com o próprio sonho. 
Quando olho para traz e vejo minhas pegadas, eu as perco de vista como se fossem infinitas, sei que são minhas, os rastros são meus, mas não consigo vê-las como reais e sim como sonhos, apenas sinto as pegadas de hoje e tento direcioná-las nessa estrada que chamamos de vida.
O tempo apaga o tempo, nos empurra para frente, as pessoas vão e vem, estamos juntos por pequenas questões, sejam elas quais forem bem ou mal resolvidas, apenas vivemos por estas questões. Se não fosse assim, então porque tantos encontros e desencontros, porque tantas solicitações e tantas solidões ou saudades?

O Tempo é manso, sonolento e fugaz, mas também o é incrivelmente veloz, apressado e imparcial.


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