segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Viagens Pelos Mundos ( parte 3 ) O Planeta Zywamner


Viagens Pelos Mundos – 3
Por Antonio Bencardino

Prólogo
- Como sabe que estou apreensivo pelas informações? 
- E como sabia que tranquei a casa e fiquei de guarda a noite inteira? 
- Como pode afirmar que Marriete está bem? 
- Poucos são aqueles que conseguem enxergar além de seus horizontes e por isso já estou me acostumando a interpretar as pessoas como seres descrentes. Portanto, somente provando de maneira contundente, que será possível fazer com que vejam suas realidades de outro campo de visão mais aprimorado e, só assim conseguirei meus intentos. Não importa o tempo, nem o estado e nem o lugar..., é sempre a mesma coisa... Posso ler as suas mentes! - Sei exatamente o que pensam neste momento, portanto é de suma importância que acreditem no que digo. - Não duvide Jean, o nome do seu pai era Harry Fleury e sua mãe Marie de Costele. - Sua senha de acesso na Tetramicro Javier é o nome da sua mulher mais o nº 5. - E você Marcele quer aproveitar a costela que está no freezer para o jantar de amanhã. 
- Quem é você menina? 

Introdução
O Universo está repleto de vida e não obstante, muito parecidas com a que aqui conhecemos. De certo, ainda não possuímos essa certeza, pelo simples fato de não termos a nossa disposição equipamentos que possam comprovar a veracidade de tal informação. Entretanto, ao olharmos o firmamento, não podemos crer que tudo se configure apenas para nos recriar as vistas e deslumbrarmos de forma apaixonada, tão belo espetáculo da criação. Apesar de não termos tecnologia que venha nos elucidar sobre tão fabuloso acontecimento podemos intuir que, dia menos dia, obteremos essas certezas, não só em relação às buscas que fazemos, mas também a mesma busca feita por parte de outros seres em condições similares as nossas. Este prazo tem data certa para seu vencimento e não tardará a proximidade de tais contatos, momento este em que nossa civilização deixará de pensar como sendo única, integrando-se de forma iniciativa, a vastidão de mundos completamente habitados por seres de inteligência de igual, superior e inferior a nossa. 
Podemos começar a compreender tal afirmação, se vasculharmos desde o passado remoto, os relatos que nos são trazidos até os dias atuais, sobre contatos de Deuses e seres de natureza desconhecidas, muitas vezes relatadas como sendo divindades, por ocasião do desconhecimento que nossos ancestrais possuíam. 
Por outro lado, também podemos concluir que esses seres por algum motivo, deixaram de se comunicar de forma expressiva como faziam, por entenderem que ainda estávamos muito distantes de suas expectativas, não compensando assim suas interferências. 
Hoje, nos encontramos em patamares de compreensão bem acima do que tínhamos outrora, mostrando com que desta forma, suas intervenções possam ser mais coerentes e quiçá justificadas em outras esferas. 
Partindo deste princípio, podemos até mesmo supor não estarmos aptos a tais encontros, mas de mentes abertas e alertas a estas questões, certamente conseguiremos nos transportar a novos mundos realizando assim o descobrimento de muitos mistérios que cercam nossa existência. 
Sinopse
De acordo com a própria evolução humana, no Século XXVII, Isabele Constantine se propôs a uma saga no mínimo surpreendente e inusitada.
Os homens já se comunicavam telepaticamente e ao se entregar a estudos e pesquisas desenvolveu um equipamento capaz de transportá-la a qualquer parte do incomensurável Universo.
Descobriu inicialmente que este mesmo Universo está repleto de vida e não obstante, habitados por seres humanos, pessoas como nós vivendo experiências que se diferenciam apenas no estado evolutivo comprometidas apenas com épocas diferentes em relação há seu tempo.
A oportunidade de poder estar presente entre estes seres, obviamente permitiu o equívoco de a considerarem como Deusa. Relutante, ela tenta mostrar e provar que seus feitos não são divinos, mas oriundos dos efeitos causados por esta mesma evolução em curso, o que no futuro, também serão alcançados por eles.
As questões de religiosidade e fé transformaram-se em dilemas obrigando a protagonista a tomar decisões espetaculares interferindo significativamente no adiantamento desses povos.
Capítulo 25 
De volta ao ano 2601 
Isabele voltou a Terra e em seu âmago tinha a sensação de missão cumprida, pelo menos até aqui, enquanto faz reflexões dos momentos vividos em Yron e Thronos. Ela possuía plena convicção do que vinha fazendo e não se deixaria levar por circunstâncias que pudessem interferir em seus propósitos. Sua capacidade de separação dos fatos ocorridos entre suas proezas e sua vida afetiva lhe davam condições de manter-se equilibrada, não apenas em suas atitudes, como também em relação à forma abrangente que observava a constituição do “Todo”. No século em que realmente vivia, a vida na Terra estaria logicamente bem mais avançada, motivo pelo qual, as questões políticas e religiosas também estariam em conformidade com as leis humanas, onde direitos e deveres estavam completamente comprometidos com o bem estar de todos. Por esta razão, a ordem, o respeito e a sinceridade, em parceria com a integração e a inclusão eram os elementos básicos que correspondiam ao elevado conhecimento dos seres viventes deste período. 
A predominância feminina em praticamente todos os setores da constituição humana era infinitamente maior, não só em números, como também em capacidade, em virtude do alto grau atingido pelas mulheres nos últimos 500 anos. Isso se deveu a uma peculiaridade à concentração nos estudos, onde os homens acabaram se rendendo a supremacia delas, sendo extintivamente subjugados as suas vontades. A força bruta não cabia mais dentro da sociedade e os homens passaram a corresponder colaborativamente a seus propósitos. Interessante ressaltar que nesta época, em função dos esclarecimentos, avanços tecnológicos, extinção de moléstias e concordâncias de pensamentos, Deus era considerado Criador e Governador apenas deste mundo e na Terra não havia mais seitas e religiões de diferentes tribos, mas Deus seria único para todos, sem distinção ou proteção. No entender deste povo, Deus não intervém nem a favor e nem contra, não privilegia ou condena, muito menos submete seus filhos a algum tipo de revés. O livre arbítrio é a chave certa para abrir as portas dos caminhos procurados por todos. 
Ao comprovar a existência de outros mundos regidos por outros Deuses, Isabele chegou à conclusão de que o Universo é comandado por um “Grandioso Ser”, aquele que estaria acima dos Deuses regentes de vários planetas habitados de graus evolutivos em patamares consoantes aos seus conhecimentos. Assim, teríamos vários Deuses comandando mundos diferentes, onde para nós, nos é inacessível, assim como o “Grandioso Ser” também o é para estes mesmos Deuses. Em razão as diminutas proporções em relação ao Universo, todos os seres pensantes estão diretamente ligados ao Criador, que tem como principal objetivo conduzir seus filhos ao estado mais próximo possível da perfeição. Isto logicamente não acontece em apenas uma existência, portanto sua verdadeira essência deve transpassar por diversas vidas em mundos correlatos, até que sua perfectibilidade seja desenvolvida dentro dos parâmetros pretendidos por seu Criador, no caso dos terráqueos, Deus. Isabele até então, seria a única a ter tido contato com seres de outros Planetas e sua tese, neste sentido, iria exatamente ao encontro do fechamento de um quebra cabeças há muito buscado pelos cidadãos da Terra. Esta teoria vinha avalizada por acontecimentos reais e não tardou para que pudesse ser difundida e largamente aceita em suas esferas. Por dois anos, participou de simpósios e palestras não só em seu País, como em vários outros, sendo aclamada por onde passava o que lhe rendeu méritos das mais altas honrarias dentre as melhores academias do globo terrestre. Não obstante, sentia-se incomodada em não estar fazendo novas viagens e de certa forma participando efetivamente no auxílio aos Planetas que obviamente precisavam de um pequeno empurrão. Decidida, comunicou as hordas em que se encontrava que iria continuar trabalhando em intervenções que julgasse necessária a sua contribuição ao desenvolvimento de Planetas ainda em estado evolutivo comprometido por questões ainda não esclarecidas. 
Capítulo 26 
O Planeta Zywamner 
Na constelação de Sagitário encontramos a Nebulosa Laguna (Messier 8, NGC 6523).
Mas na verdade, essa nebulosa é uma gigantesca nuvem interestelar, um verdadeiro berço de estrelas, que esconde aos nossos olhos o centro da Via Láctea. Ali, também se encontra o Planeta Zywamner há 4.500 anos luz distante da Terra. Zywamner em muito se assemelha ao nosso Planeta, em dimensões, geografia e em números pelos seres por ele habitados. Nunki (Sigma Sagittarii) é a estrela orbitada pelo Planeta Zywamner. As Luas Flow e Dyn, estão em seu campo magnético, sendo a primeira maior que a segunda, que de acordo com as regras estabelecidas pela própria natureza, Dyn é vista durante o dia e a noite o espetáculo fica por conta de Flow, que por estar tão próxima se agiganta parecendo colidir com o Planeta. 
Assim como na Terra, Zywamner é dividido em vários territórios que constituem Nações de diversas etnias e religiões. O formato, o estado evolutivo e a centralização do poder correspondem exatamente ao que vivenciamos entre o final do século XX e começo do século XXI. As Nações de Zywamner também são divididas entre grandes, médias e de pequenas potências tendo a frente governos de acordo com a capacidade intelectual da média de seus habitantes. Portanto, os mais poderosos distinguissem dos mais pobres, que além de sofrerem de doenças e moléstias, ainda são comumente ultrajados pela má distribuição de renda, mortalidade, fome, racismo e reveses causados principalmente por descasos e corrupções nos meios políticos. Existem vários Deuses em Zywamner, onde cada povo se manifesta de maneira diferente, de acordo com os princípios religiosos que lhes foram trazidos desde tempos remotos até os dias atuais. Conflitos são frequentes e se estendem por séculos causando dor e morte, onde aparentemente não são encontrados antídotos que possam realmente mudar tal situação. Os avanços tecnológicos estão em curso, mas apesar disto, muitos ainda estão excluídos e as diferenças sociais continuam gritantes, motivos suficientes para roubos, assaltos, latrocínio e desventuras descabidas em outras esferas. As nações mais ricas já possuem computadores, mas ainda não descobriram a “internet”. Apesar dos pesares, Zywamnerianos tem em sua maioria um povo tranquilo e esperançoso, procurando conciliar de forma surpreendente seus reveses e o bem viver num Planeta de extrema beleza e acolhimento dos seres que ali se encontram. 
Capítulo 27 
Isabele chega a Zywamner 
Uma tormenta castigava a Cidade Urva, que fica no centro da capital de Nepan, a maior Nação de Zywamner. Entre raios, trovões e ventania, ali chegou à desbravadora de novos mundos, sem saber que encontraria uma tempestade de magnitude beirando a furacão. Isabele se juntou a um grupo de pessoas que corriam a procura de abrigo e em meio à confusão pode perceber que o idioma empregado era o francês. Subitamente o grupo se dispersou e agora Isabele encontrava-se sozinha caminhando por ruas desconhecidas procurando manter-se ereta face aos ventos de mais de 100 km/h. que assoviavam rispidamente em seus ouvidos. Por um momento, agarrou-se a uma grade e pensou em retornar, mas antes mesmo que pudesse levar a mão ao ouvido foi segurada por um homem, que abriu o portão daquela casa e com voz firme disse: 
Venha comigo, entre, esta é minha casa. Ela agradeceu, aceita o convite e entra sem pensar duas vezes deixando lá fora aqueles ventos uivantes e o frio que estava sentindo. Logo, uma presença feminina apareceu trazendo-lhe uma toalha. Pediu que se agasalhasse e se recompusesse o mais breve possível sugerindo-lhe que tomasse um banho quente e trocasse rapidamente aquelas roupas encharcadas. Mais uma vez Isabele agradeceu e atendeu também ao pedido daquela mulher, que prontamente lhe emprestou roupas secas e limpas quando ela adentrou no banheiro. 
Jean Fleury e Marcele de Fleury são casados há 30 anos, não possuem filhos e vivem em Urva desde que se casaram e constituíram suas vidas naquela localidade. Jean acabara de completar 53 anos e Marcele aos 48 anos formavam um belo casal e procuravam demonstrar a todo custo que estavam preocupados com o bem estar daquela mulher recém-chegada. Já recomposta, Isabele saiu do banheiro disparando agradecimentos pelo acolhimento que havia recebido: 
- Merci, merci! Chamo-me Isabele Constantine e não tenho palavras de gratidão que possam retribuir ao carinho que vocês me dispensaram. 
- Eu sou Jean esta é Marcele minha esposa. Sinta-se a vontade. Foi preciso à passagem de um furacão em Urva, para que pudéssemos ter a presença de uma jovem em nossa casa. 
- Vocês não têm filhos? 
- Bem que tentamos, mas não conseguimos! - Você mora aqui em Urva? 
Sem ter tido tempo de pesquisar, Isabele limitou-se a dizer poucas palavras, mas questionada pelo casal se viu em situação embaraçosa para explicar de onde realmente viera. 
- De onde você vem? - somos viajados e provavelmente conhecemos sua cidade natal. 
- Sou do Rio de Janeiro, conhecem? - Moro em Copacabana, no Sudeste onde fica minha Nação. 
- Conhecemos todo o Sudeste, mas nunca ouvimos falar desta Cidade, nem deste lugar. - E o que veio fazer em Urva? 
- Vim à procura de trabalho e conhecer pessoas interessantes. 
- Ah! A juventude. Os sonhos são coloridos e os dias infindáveis. Exclamou Marcele em tom saudoso. 
- Você tem onde ficar Isabele? 
- Na verdade acabei de chegar e não pude procurar um lugar condizente as minhas posses. 
- Seja nossa hóspede! 
- Não quero atrapalhar e assim que a tormenta passar irei procurar um hotel para que eu possa me instalar. 
- Não é necessário! - Temos quartos vazios e as portas da nossa casa estão abertas a você. Fique o quanto quiser menina. 
- Obrigada Jean, Marcele. Vocês são uns amores. Muito obrigado. 
 - Gosta de sopa? 
- Sim. Gosto muito, ainda mais com o tempo frio. 
- Então, hoje teremos sopa para o jantar. 
- Marcele? - Posso te fazer uma pergunta? 
- Claro Isabele! Faça. 
- Porque me tratam como se fosse um membro da família? 
Jean olhou para sua esposa e fez um sinal afirmativo usando a cabeça. 
- Você em muito nos faz lembrar nossa adorada filha, que se estivesse viva, teria mais ou menos a sua idade. Nós a perdemos há cinco anos em um acidente de carro. 
- Eu sinto muito. 
- Mas devo lhes dizer que onde quer que esteja à vida segue em curso, pois ela não termina com a morte. 
- Não a veremos mais e isto em muito nos entristece. 
- Não deixem que sua partida interrompa o sequenciar de suas próprias vidas. Existem muito mais coisas além de nossa compreensão, que nos impedem de distinguir as diferenças entre o mundo dos vivos e mundo dos mortos. 
- O que você sabe com tão tenra idade? - Após a morte, somente o vazio e nada mais. 
- Me desculpe Jean, mas você tem alguma garantia disto? 
- Sim. Eu nunca vi um morto voltar à vida e essa é minha certeza. 
- Marriete repousa nos braços do Deus Sião. (Replicou Marcele). 
- Que Deus Sião que nada, isto é coisa de mulher. Você sabe muito bem que não acredito em Deuses ou em religiões. Não me venha com essas baboseiras novamente.
A partir dali iniciou-se uma discussão, onde Marcele revida aos ataques de Jean, tentando mostrar-lhe uma realidade religiosa, enquanto Jean se defendia usando da razão e de sua incredibilidade. Em uma breve pausa, Isabele se interpõe: 
- Amigos, percebam: 
Os dois estão certos. Jean pela razão e Marcele pelo coração. Temos em nosso âmago o sentimento de fé e esperança, mas nos colocamos de pronto alerta, quando a razão nos exige questionamentos daquilo que não compreendemos ou que sejam embasados por certezas contundentes. Muitas vezes somos levados a crer no desconhecido ou sobrenatural, com a esperança de termos nossos corações aquietados em se tratando de sentimentos de perda, mas também não podemos descartar a própria realidade em si, ou seja, esta é uma discussão sem fim, pois nossas certezas não são absolutas. 
- A minha certeza no Deus Sião é absoluta. Por isto tento mostrar a Jean que sua incredulidade não o fará ver nossa filha novamente. 
- Lá vem você de novo com esse mundo imaginário. Eu não quero mais participar desse teatro. 
Isabele pede desculpas ao casal, por ter iniciado tal discussão e se diz arrependida de ter tocado em ferida ainda não cicatrizada. 
- Não tem por que se desculpar Isabele, estamos envelhecendo e ficando ranzinzas. E eu gostei da sua resposta, finalizou Jean. Agora, vou assistir ao Jornal. 
- Venha Isabele, me ajude na cozinha. 
Após o jantar, Marcele mostrou o quarto onde Isabele se acomodaria enquanto estivesse naquele lugar. Era um cômodo simples, mas requintado e equipado com televisão, computador e uma ótima suíte. 
- Posso usar a TV e o computador Marcele? 
- Fique a vontade minha filha. O quarto é seu. 
- Obrigada e boa noite. 
- Boa noite, Isabele. 
Assim que Marcele fechou a porta, Isabele liga “Magno”, que automaticamente detecta não existir em Zywamner conexões de rede. Ela já havia suspeitado, mas agora tem certeza. Acessou o computador que ali se encontrava transferindo vários dados, implantou um “feijão” no PC e outro a conexão telefônica, suas intenções estavam apenas começando. Em seguida, desligou o equipamento e voltou para “Magno”, que além de fazer diversas análises, também lhe passou informações de suma importância. Tão logo concluiu seu trabalho apagou as luzes e deu por encerrado seu primeiro dia naquele Planeta. 
Pela manhã tomou café com o casal e descontraidamente falou: 
- Sou formada em engenharia da computação. Vocês acham que conseguirei um bom emprego aqui em Urva? 
- Sem dúvida nenhuma Isabele. 
Apesar dos avanços, Urva ainda é bem carente neste tipo de tecnologia. Os computadores só servem para as crianças brincar de jogos.
- Eu tenho um amigo que trabalha na Tetramicro e posso te apresentar a ele, quem sabe consiga uma vaga de estagiária e você vai à frente. 
- Merci Jean, gostaria imensamente poder conhecê-lo. 
- Seu nome é Javier Russeole. Assim que terminarmos o café entrarei em contato com ele. 
- Merci, merci. 
Jean levantou-se e ficou por alguns minutos ao telefone, mas quando retornou a mesa não tinha boas notícias. 
- Sinto muito Isabele, a empresa não está contratando e não precisa de estagiários. 
- Sem problemas Jean, não se preocupe darei um jeito. Será que o tempo já melhorou? 
- Está bem melhor que ontem, mas ainda chove e faz frio. Você pretende sair? Indagou Marcele. 
- Preciso vender algumas bijuterias porque estou sem dinheiro. 
- De quanto precisa? - Eu te empresto e depois você me paga. 
- Eu não sei. O suficiente para me locomover e conhecer Urva. Não se incomode Jean, assim que o tempo melhorar eu vou até a galeria mais próxima e certamente conseguirei vender este brinco. 
- Mas é uma peça de ouro! Isso vale milhares de Cotins. Dá até para viajar pelo mundo. 
- Então, posso fazer melhor: Dê-me dinheiro suficiente para que eu não tenha problemas e fique com o brinco como forma de agradecimento pelo o que estão fazendo por mim. 
- E Quanto você acha suficiente Ct 1000, Ct 2000? - Isto seria uma bagatela comparada ao valor do que tens em mãos. 
- O suficiente Jean, não quero seu dinheiro, apenas me locomover e não ter problemas. 
- Isabele, está peça vale mais de Ct 100 mil. 
- Certo. Dê-me Ct 1000. Venda o brinco e troque seu carro. Faça uma viagem com Marcele e aproveite a vida, isto é o mínimo que posso fazer para lhes ajudar e retribuir o carinho que vocês me deram. - Tome. Fique com ele. 
- Obrigado menina, muito obrigado. 
Jean levantou-se e foi para seu quarto. Voltou com Ct 2000 e entregou a Isabele. 
- Este é o dinheiro que economizei por 30 anos de trabalho. Nunca pude imaginar que se multiplicaria com espantosa velocidade. Merci Isabele. Conte conosco para o que precisar. 
- Eu sei meus amigos. Não se preocupem e desfrutem da vida.
Obviamente, Isabele não precisava de dinheiro, mas agora aqueles Cotins eram o álibi que precisava para ir e vir sem levantar nenhum tipo de suspeita por parte do casal. Ficaram durante todo o dia conversando e se conhecendo a espera da melhora do tempo, até que ao final da tarde já escurecendo, a luminosidade de Flow invadiu aquele recinto causando surpresa a Isabele: 
- Que luz intensa é essa? 
- Você é de outro mundo, nunca viu Flow? - Respondeu Marcele. 
- Ah, claro. Flow. 
- E por causa do vendaval seu brilho está até mais fraco. 
- É mesmo!
Isabele se dirigiu a janela e pode observar aquele imenso satélite, afinal nunca poderia imaginar que a Lua de Zywamner estivesse tão próxima se agigantando as suas vistas. 
- Que maravilha! 
- Não olhe por muito tempo. Dizem que Flow costuma hipnotizar aqueles que a admiram. Nunca ouviu essa lenda? 
- Sim, minha avó me contou histórias parecidas... 
- Isabele, amanhã irei a uma loja de penhores para avaliar a peça de ouro. Quer ir comigo? 
- Claro Jean. A que horas? 
- Logo pela manhã. 
- Combiné!
Após o jantar, Isabele dá boa noite aos seus amigos indo direto para seu quarto, com a intenção de pesquisar possíveis outros elementos constantes naquele Planeta para não ter mais surpresas que pudessem deixá-la em situação embaraçosa, como a que ficou quando questionada a respeito de Flow.
Enquanto isso, Jean procurava nos mapas e logicamente não encontrou em parte alguma do seu mundo um lugar chamado Rio de Janeiro. Então, ele relata a sua mulher que há algo de estranho com Isabele e sente que pode ter cometido um grave erro em ter dado suas economias aquela estranha. Assim, certificou-se de ter trancado a casa toda e diz que passará a noite de plantão receoso pela fuga daquela mulher.
Às sete horas da manhã, Isabele está pronta para sair e após os três tomarem café juntos, Jean retirou seu velho carro da garagem e partiram rumo ao destino que previamente combinaram.
Lá chegando, um homem chamado Ozanan lhes dá boas vindas e diz estar pronto para atendê-los; 
- No que posso lhes ser útil? 
- Quero avaliar uma pequena peça de ouro. 
- Vamos até minha sala, entrem e fiquem a vontade. 
- A peça é esta aqui. 
- É uma bela peça. - Deixe-me observa-la. Ouro 18 k. Nunca vi uma peça assim onde 75% de seu teor é ouro puro e o restante de outros metais muito nobres, normalmente avalio peças de 14 k e pago 3000 Ct a grama, mas esta tem 25 g de 18 k. Avalio em 102 mil Cotins. Ct 4080 por grama. 
- O que me diz de Ct 4200 por grama? 
- Ct 4150, o máximo que posso pagar. Ct 103750. 
- Fechado. 
- Então, vamos tratar da papelada e também do pagamento. 
Ao saírem dali, Jean Fleury agora um homem rico e bem mais tranquilo põe a mão no ombro de Isabele e diz que precisam conversar. Sugere que sentem no banco do jardim, na praça em frente à loja de penhores. 
- Isabele, muito obrigado mesmo. Entretanto, preciso te confessar uma coisa: Depois que te entreguei os míseros Ct 2000, eu busquei por Rio de Janeiro nos mapas e não encontrei em lugar nenhum. Fiquei preocupado e fiz um julgamento equivocado a seu respeito. Eu desconfiei de você e por esta razão quero te devolver a quantia que recebi, pois não estou me sentindo confortável, pela maneira que agi diante tal situação. 
- Jean, você é um homem de bem, me acolheu em sua casa numa hora difícil e mesmo eu sendo uma estranha, não se negou a me entregar todas as suas economias, mas uma vez pensando em me ajudar. Portanto não me deves desculpas e te entregar o brinco era o mínimo que podia fazer para retribuir seu gesto de carinho e acolhimento. Ademais, não pude dizer exatamente de onde venho, mas não menti a este respeito e certamente, no momento propício as cartas serão postas a mesa. 
- Vem cá menina, me dá um abraço. 
- Só se pagar meu almoço. 
- Vamos lá. Vou te levar a um restaurante de primeira. 
Trocando ideias atravessaram três ou quatro quarteirões e chegaram a esquina do restaurante que ficava em frente a um prédio de mais ou menos 20 andares. Isabele olha para o alto do prédio e vê a inscrição “Tetramicro” e a título de não ter dúvidas pergunta se é ali onde trabalha seu amigo Javier Russeole. Jean lhe responde que sim no 14º andar e por fim adentraram no restaurante e fizeram seus respectivos pedidos. 
Capítulo 28 
O projeto de Isabele para a Tetramicro 
No dia seguinte, agora conhecedora do local onde Javier trabalha, Isabele acordou cedo e avisou a seus amigos que iria sair em busca de um novo emprego. Pediu a Marcele que mantivesse o computador ligado até que voltasse para casa, pois seu novo emprego dependeria de uma experiência que vinha testando. Por volta das 8 h estava na portaria do prédio, onde pede informações sobre Javier e se dirige ao andar indicado com um crachá de visitante. Ela sabia que não seria fácil conseguir uma entrevista, motivo pelo qual se apresentou dizendo ser amiga de Jean Fleury e que tem assuntos pessoais para transmitir a Javier Russeole. 
- O Sr. Russeole, pediu que o aguardasse por alguns momentos. 
- Merci! Vou aguardar. Esperou por dez minutos e logo a seguir a secretária a levou a sala do executivo. 
- Bom dia! - Muito prazer. Sou Isabele Constantine. 
- Que notícias têm a respeito do meu amigo Jean? 
- Jean está bem, na verdade muito bem. Eu sou a pessoa referida na ligação que ele te fez, como a empresa não está recrutando amadores preferi vir pessoalmente para lhe dizer que tenho conhecimentos que poderão mudar os caminhos desta empresa. 
- Entendo, mas estamos com todos os cargos ocupados, realmente não temos vagas. 
- Mesmo em “tecnologia da informação”? 
- Como sabe sobre o projeto? - Como ficou sabendo sobre TI? 
- Venho me aprofundando nesta área e descobri por conta própria que é possível a transferência de dados em rede. 
- Me desculpe como é mesmo seu nome? 
- Isabele Constantine. 
- Isabele, você tem como me provar o que está dizendo. 
- Sim, claro. Só preciso de um computador. 
- Sente-se aqui no meu e mostre-me o que pode fazer. 
Isabele sentou-se em frente ao computador e fez rápidas configurações, que em instantes lhe mostrou fotos da família Fleury, inclusive uma em que Javier está abraçado a seu amigo Jean e isso no computador que está no seu quarto na casa de Jean. 
- Fantástico. 
- A transferência só não é mais rápida, por causa da comunicação telefônica que não é boa. 
- Você pode me aguardar um momento? - Eu já volto. 
- Por favor, Sr. Russeole não chame por ninguém, esta conversa deve ser restrita a nós dois. 
- Mas não posso lhe dar um emprego se meus superiores não concordarem com sua proposta. 
- Na verdade, não preciso de emprego. Hoje, eu vim aqui apenas lhe conhecer pelo fato de você ser amigo de Jean. Sei que trabalha aqui por mais de 25 anos, entretanto e apesar de seus esforços, não têm reconhecimento. Eu realmente gostaria de lhe conhecer mais a fundo e saber se posso entregar valiosas informações a pessoa certa. O suposto emprego seria mais um álibi, que uma intenção. 
- Não tenho autonomia para contratar novos funcionários, mas posso tentar junto ao departamento de pessoal. 
- Não perca seu valioso tempo com empecilhos burocráticos. Encontraremos outras soluções. 
Então, ela desfez as configurações inseridas no PC de Javier levantou-se e estendeu a mão a ele, quando as mãos se encontraram, ela conseguiu extrair os sentimentos mais enraizados da mente daquele homem. Agradeceu pela recepção e foi embora.
Ao chegar a sua nova moradia, Jean e Marcele lhe perguntaram se conseguiu alguma entrevista, ela disse ter estado com Javier e que ele faria o possível para conseguir uma vaga na Tetramicro, mas que por hora não havia como. 
- Eu te falei Isabele, se estivesse ao seu alcance, você certamente estaria empregada. 
- Fui até lá, apenas para que me conhecesse pessoalmente e demonstrar meu projeto. Acho que ele gostou muito. 
Ao toque do telefone, Jean atende a chamada. 
- Alo! 
- (...) 
- Opa Javier, estávamos falando de você. Soube que conheceu Isabele. 
- (...) 
- Sim, está morando conosco. 
- (...) 
- Venha jantar conosco esta noite. 
- (...) 
- Te aguardamos, até. 
 - Ele disse que ficou impressionado com você Isabele e hoje à noite nos fará uma visita. 
- Que ótimo Jean. 
- Javier é um homem obstinado e de pouco tempo. Se vier a nossa casa é porque realmente viu algum potencial em você. 
- Como vocês se conheceram? 
- Somos amigos desde os tempos de escola. Crescemos juntos e frequentamos os mesmos lugares. Dividimos acampamentos e trocamos confidências. Nunca tivemos desavenças e somos praticamente irmãos. - Muito legal, hoje em dia é difícil ver uma amizade assim. 
- Marcele também era muito amiga de Juliet, sua esposa, falecida há dois anos. Depois de sua morte deixamos de fazer excursões que normalmente costumávamos frequentar e de lá para cá nos encontramos apenas em visitas como a que teremos esta noite. 
- Então, hoje será uma noite especial! 
- O encontro com Javier é sempre especial. 
Por volta das 19h, Javier chegou à casa de Jean e os velhos amigos se confraternizaram numa demonstração de afeto e profunda estima. Marcele serviu o jantar: feijão, arroz, bife e fritas, prato comum e predileto do convidado. 
 - Como sempre, uma delícia, Marcele. Obrigado! Como conheceram Isabele? 
- O vendaval de anteontem nos trouxe essa bela jovem e nós a acolhemos. Será nossa hóspede por tempo indeterminado e se você precisar posso te garantir que não terá problemas em admiti-la. 
- Ela tem conhecimentos que ninguém em Zywamner possui, não será difícil conseguir trabalho. Mas... 
- Amigos, na verdade eu planejei este encontro, assim poderei explicar de uma só vez, algumas coisas que infelizmente não posso relatar aos quatro cantos do Planeta. Preciso que acreditem em mim. 
A você Jean: Digo-te que em nada adiantou fechar as portas e ficar com as chaves passando a noite em claro, pois se eu quisesse teria saído assim mesmo. 
A você Marcele: Reafirmo-te que Marriete está muito bem. 
A você Javier: Digo-te que meus conhecimentos vão além do que presenciou pela manhã em seu escritório. 
Não sou exatamente o que pensam que sou. Cumpro uma missão imposta por mim mesma em ajudar o sistema evolutivo dos seres humanos que habitam os vários Planetas distribuídos por todo o incomensurável Universo. 
 - Que história é essa Isabele, a vida se resume somente a Zywamner e... 
- Não Jean, a vida não se resume apenas ao que você acha e sim a uma forma muito mais abrangente e diversa do que podemos supor ou imaginar. 
Quanto a você Javier tenha paciência. Sei que este assunto parece não lhe interessar, pois está inquieto em saber de como pude acessar outro computador, mas saberá a seu tempo. 
- Como sabe que estou apreensivo pelas informações? 
- E como sabia que tranquei a casa e fiquei de guarda a noite inteira? 
- Como pode afirmar que Marriete está bem? 
- Poucos são aqueles que conseguem enxergar além de seus horizontes e por isso já estou me acostumando a interpretar as pessoas como seres descrentes. Portanto, somente provando de maneira contundente, que será possível fazer com que vejam suas realidades de outro campo de visão mais aprimorado e, só assim conseguirei meus intentos. Não importa o tempo, nem o estado e nem o lugar..., é sempre a mesma coisa... Posso ler as suas mentes! - Sei exatamente o que pensam neste momento, portanto é de suma importância que acreditem no que digo. - Não duvide Jean, o nome do seu pai era Harry Fleury e sua mãe Marie de Costele. - Sua senha de acesso na Tetramicro Javier é o nome da sua mulher mais o nº 5. - E você Marcele quer aproveitar a costela que está no freezer para o jantar de amanhã. 
- Quem é você menina? 
- Sou Isabele Constantine do Planeta Terra. Moro em Copacabana no Rio de Janeiro há 4500 anos luz distante de Zywamner. Venho do século XXVII, 600 anos a frente deste tempo, neste mundo. Viajo a velocidade do pensamento e posso produzir coisas inimagináveis, mas sempre com o objetivo de auxiliar e produzir mudanças, que contribuam com o avanço evolutivo para os Planetas que visito. 
- E eu que pensava já ter visto de tudo nesse mundo. - Fale-nos mais menina. 
- Somos todos seres humanos. Cada qual vivendo experiências, aprendendo e compartilhando informações necessárias ao próprio desenvolvimento. Desta forma, a cada existência vamos construindo os alicerces formadores do nosso caráter e os entendimentos das leis imutáveis da Criação. 
- Mesmo dizendo que consegue ler as nossas mentes é muito difícil acreditar que realmente possua este dom, na verdade Isabele, tanto eu quanto Jean somos homens céticos e gostaríamos que nos desse prova incontestável do que está dizendo. 
 - Compreendo, mas antes devo lhe corrigir: Isto não é um dom, mas ciência. Deem-me suas mãos e fechem os olhos. Eu lhes mostrarei por telepatia um pouco do mundo em que vivo e também vou lhes conceder um presente. Relaxem...
Primeiro Isabele contou até dez, mas depois do número cinco, o restante deles já podia ser ouvido de forma telepática. A seguir o cotidiano na Terra se produziu em belas imagens jamais vista dentro de seus cérebros. Junto aquela realidade, um misto de furor e êxtase que beirava a convulsão. Minutos depois, ela soltou suas mãos e aos poucos os Zywamnerianos puderam recobrar sua realidade de volta. Ao abrirem os olhos, outra surpresa: entreolharam-se e perplexos viram que haviam rejuvenescido pelo menos 10 anos. Miraram-se num espelho acima do sofá na sala de jantar e entenderam que estavam diante a um ser com poderes além de suas compreensões. Extasiados, não tinham palavras. Não sabiam exatamente se agradeciam ou questionavam mais alguma coisa. Balbuciavam palavras incongruentes e riam. Passados mais alguns minutos, agora dentro de certa normalidade voltaram-se a Isabele que se mantinha tranquila e dona da situação. 
- Porque nos escolheu Isabele? 
- Você é que me escolheu, quando segurou no meu braço e me acolheu em sua casa, meu amigo. Daí em diante foram apenas consequências. 
- Engraçado, não me sinto só mais jovem na aparência, também estou me sentindo mais disposta. Obrigada, minha filha! 
- Quanto a você Javier, os planos são mais ousados. 
Lendo seus pensamentos que faziam menção às perguntas que teria de responder quanto ao fato de ter rejuvenescido, assim completa: Diga-lhes que está fazendo um tratamento de rejuvenescimento a título experimental e que não sabe dos efeitos secundários, o que obviamente não terá e, que a Empresa está em processo de testes para colocar o produto no mercado. 
- Obrigado Isabele. 
- Javier, precisaremos tratar das bases para iniciar o projeto. Pode tirar um dia de folga? 
 - Sim, pode até ser amanhã. O que você acha? 
- Jean, Marcele, Javier pode passar o dia amanhã aqui conosco? 
- Claro minha filha, já lhe disse: fique a vontade. 
- Então, combinado Javier. 
- Você disse que já viajou a outros mundos, fale-me sobre isto indagou Jean. 
- Estive em dois mundos parecidos com os nossos, sendo que o primeiro, chamado Yron corresponde ao que vivemos nos idos do século XVII e Thronos ainda vive uma experiência medieval, mais ou menos século XIV. 
- As pessoas são como nós? 
- Exatamente a mesma coisa. As únicas diferenças são o estado evolutivo e os Deuses que adoram. 
- Sião não é o Deus Universal? 
- Não, Marcele. Cada Planeta acredita piamente em Deuses distintos. A minha teoria é que cada Deus rege e governa os Planetas que criaram e a que foram previamente designados pelo Grandioso Ser, este sim Deus supremo de toda criação, magnânimo a todos os Deuses, assim como os Deuses são magnânimos a todos nós. Isto, não lhes tira os méritos, pois sendo escolhidos pelo Grandioso Ser para executar tão valorosa missão, só lhes aumentam os créditos. Entretanto, as leis Universais são imutáveis e, portanto os Deuses não nos privilegiam ou castigam, interferem ou manipulam nossas vontades, nos deixam ao sabor do livre arbítrio e as nossas intenções. 
- Então, para que serve a fé e a dedicação que temos a Eles? 
- Te responderei da mesma forma que já respondi em outras ocasiões: A fé nos foi incondicionalmente implantada para que atravessássemos a vida com a certeza em um futuro promissor. Teu Cérebro, Alma e Espírito são tudo o que você é, ou seja, Corpo, Mente e Coração, inclusive capaz de operar milagres. A fé que você tem, não é divinatória e sim particular e apenas sua. Os milagres que conseguiu foi por tua única e exclusiva vontade, assim como teu sucesso e tuas derrotas vieram do teu esforço ou inércia, independente de Deuses ou religiões. Ela está diretamente ligada à felicidade e, portanto, extremamente difícil de ser separada dos sentimentos que desde sempre nos foram enraizados. 
- Como consegue viajar através da velocidade do pensamento? 
- Javier, os caminhos da própria evolução nos conduzem ao conhecimento, tanto mais estudamos e aperfeiçoamos o aprendizado, mais próximos estaremos de descobertas inimagináveis e concretas as realizações. 
- Pode nos passar ou ensinar tais informações. 
- Não. Cada qual no seu tempo! - Na minha concepção, devemos auxiliar no progresso e não interferir no futuro. 
- Compreendo. 
 Flow já estava bem alta quando os quatro decidiram descansar. Quando Isabele se retirou, os outros três ficaram por mais um tempo observando as maravilhosas modificações que sofreram e abismados pelas revelações que lhes foram passadas. Javier se encostou por ali mesmo e o casal se retirou ao seu quarto, no fundo viveram um êxtase indescritível e que jamais poderão se esquecer. 
Pela manhã em meio ao café preparado por Marcele, juntaram-se para mais uma jornada ao lado daquela intrigante mulher, principalmente Javier que seria o alvo de informações que certamente nenhum outro ser daquele Planeta poderia pensar em obter. 
Ansioso, como sempre Javier indaga: 
- Então! Isabele vamos começar? - Eu trouxe meu computador portátil. 
- Sendo assim, vamos trabalhar aqui mesmo na sala.
Isabele lhe passou as informações básicas, esclarecendo que iria lhe ensinar através de alguns programas, o passo a passo de como produzir e interligar os equipamentos fundamentais que deveriam ser testados para que então, através das configurações corretas, pudessem estabelecer a comunicação em rede. 
Por outro lado, Javier a questiona de como conseguiu estabelecer tal comunicação sem os devidos equipamentos e ela prontamente lhe respondeu que usou uma tecnologia terrestre a qual não poderia ser vista pelos Zywamnerianos em virtude de todo projeto correr o risco de ir por água abaixo. Javier salvou os desenhos e disse ter compreendido bem o que Isabele lhe ensinou, entretanto, acredita que terá dificuldade em compreender sobre as configurações necessárias ao funcionamento depois de aprontar os protótipos dos equipamentos em questão. Por sua vez, Isabele o tranquiliza dizendo que em último caso poderá lhe transmitir telepaticamente as informações precisas. Apesar de Javier ser um homem muito competente, depois de várias tentativas reconheceu não possuir capacidade de entendimento sobre os procedimentos para aqueles fundamentos. Desta forma e constatando não haver alternativa, Isabele segurou as suas mãos e como na noite anterior pediu para que Javier relaxasse e mantivesse seu foco liberto de quaisquer pensamentos. Lentamente, ela lhe transmitiu o que ele precisava saber gravando em sua memória apenas o que lhe cabia ao desempenho de tão valiosas informações. Jean e Marcele testemunharam aquela cena e puderam observar o estado quase convulsivo do seu amigo e ao final daquele semitranse, quando Javier recobra seu estado normal, entreolham-se e perguntam: 
- Ontem, nós também ficamos assim, em transe? 
- Eu não fiquei em transe, na verdade senti certa sonolência, mais nada. 
- As descargas cerebrais são tão intensas, que momentaneamente desfalecemos e o corpo libera adrenalina suficiente para o restabelecimento das funções vitais. 
- E isso tem efeitos colaterais Isabele? 
- Fiquem tranquilos amigos, vocês viverão por muitos anos.
 - Javier, tente agora fazer as configurações que não conseguia.
Ele as fez rapidamente e como num passe de mágica, Javier agora tinha não só os conhecimentos técnicos, como também os práticos e estava apto para desencadear uma revolução que o tornaria uma figura mundialmente conhecida e logicamente excessivamente rico. 
- Já imaginou todos os computadores ligados em rede Javier? - Uma rede mundial de computadores. 
- Espere ai... O que você está dizendo... Não... Como não pensei nisto? - Na minha ignorância pensei apenas em jogos e informações internas entre empresas. 
- Não Javier, este é um fenômeno de infinita abrangência e sem volta. Zywamner nunca mais será o mesmo, pois é exponencial e conecta todo o Planeta. As informações estarão em linha e poderão ser acessadas de qualquer lugar e por qualquer pessoa em tempo real. É um avanço tecnológico revolucionário e sem precedentes, onde a comunicação será guiada completamente virtual. 
Javier ouvia atentamente e a cada palavra novas ideias lhe fervilhavam o cérebro e vendo que não teria como guardar tantas informações perguntou se poderia gravar aquela entrevista. Isabele respondeu que não e esclareceu que jamais poderiam saber de sua presença. Em virtude do despreparo em que muitos ainda se encontravam em Zywamner poderiam também comprometer suas intenções. 
- Que nome foi atribuído em seu Planeta a tão revolucionário sistema? 
- Simplesmente Internet! 
- Internet... O que você acha de Zywamnet aqui para Zywamner? 
- É um bom nome para consagrar uma marca. 
- Então, amanhã mesmo vou me reunir com a diretoria e expor meu aprendizado. Eles ficarão loucos, assim como estou. 
- Só mais uma coisa Javier: Isto não se dará da noite para o dia. Lembre-se que as informações que te transmiti não poderão ser compartilhadas da mesma forma. Assim, você terá que ensinar e doutrinar seus imediatos e também os imediatos de outras corporações, o que demanda tempo, estudo e perseverança. 
 - Mas valerá muito a pena Isabele e o nosso mundo, mesmo não lhe conhecendo, muito ficará lhe devendo. Obrigado. 
- Isto requer um brinde, se manifestou Jean abrindo uma garrafa de vinho. Então, brindemos: A Isabele! 
-A Isabele! 
Capítulo 29 
O poder da mente e as curas 
A média de vida dos Zywamnerianos não ultrapassava os 70 anos. O câncer era a doença que aterrorizava aquela gente e muitas mortes vinha a ser atribuída a perniciosa doença. Clair de Fontaine, prima de Marcele beirava os 52 anos, quando foi acometida de tão terrível moléstia, um câncer de mama. Internada em um hospital público, agora aquela pobre mulher fazia o único tratamento até então paliativo e conhecido nas hordas médicas, à bruta quimioterapia. Jean e Marcele preparavam-se para visitá-la no hospital, após uma ligação que os deixaram muito preocupados. Percebendo que havia uma crise, Isabele se prontifica a acompanhá-los com a intenção de tranquilizá-los e tentar restabelecer a harmonia junto ao casal. 
Na mesma enfermaria, outras quatro mulheres convalesciam da mesma doença e entre angústia e sofrimento dividiam seu pesar. Era a hora própria a visitação e muitos parentes e amigos transitavam pela enfermaria e rodeavam o leito das doentes. Entre orações e súplicas, O Deus Sião era mencionado e todos se agarravam aquela fé, procurando irradiar conforto e serenidade as suas entes-queridas.
O Dr. Michel Appolon, chefe da equipe médica do hospital adentrou a enfermaria e vai de leito em leito fazer suas avaliações e, ao mesmo tempo responde as perguntas das pessoas procurando amenizar seus corações, mas sabe que a probabilidade e expectativa de vida dos seus pacientes não são boas e por esse motivo usa de termos acadêmicos que são incompreendidos pela totalidade dos ali presentes. Depois de todas as avaliações e as respostas dadas, voltou a sua sala para fazer as anotações de rotina, quando é surpreendido pela presença de Isabele, que o aguardava sentada na cadeira em frente a sua mesa. 
- Boa tarde Doutor Michel! - Eu me chamo Isabele Constantine. 
- Boa tarde! - Eu já dei todas as informações na enfermaria. Não tenho mais nada a dizer. 
- Mas eu tenho e gostaria que me ouvisse com bastante atenção. 
- Já sei o que você vai dizer: que o hospital é uma bagunça e que nós, os médicos somos descompromissados e desinteressados pelos pacientes e blá, blá, blá... Mas nada posso fazer, sinto muito. 
- Não. Quero te dizer, que sei como extinguir esta doença e salvar milhares de vidas. 
- Ah! Entendo! - Sabe também qual será o resultado da loteria no próximo sorteio? 
- Não, mas posso te dar 90% de probabilidades de acerto, se não for sarcástico e arrogante. 
- Me desculpe Isabele, pois estou cercado de problemas e tempo neste hospital é um produto de luxo, que não disponho. 
- Que tal jantarmos juntos esta noite? 
Percebendo a insistência e o conjunto dos atributos femininos de Isabele, Michel interpretou o convite como uma cantada e hipnotizado por aqueles belos olhos negros: 
- Está bem! - Te pego às 9h. Qual o seu endereço? 
- Rua Topic, 135, no Centro. 
- Bom trabalho! - Até mais. 
- Até. 
De volta para casa, ela percebe a tristeza e a preocupação na face de seus amigos, por saberem que o caso de Clair era extremamente grave e que certamente não tardaria o momento derradeiro. 
- Não fiquem apreensivos, Clair vai sair dessa! 
- Acho muito difícil minha filha, seu problema é grave e não tem solução. 
- Devemos celebrar a vida e não temer a morte. O tempo também é o remédio e o elixir da cura de todos os males. 
- Gostaria de ter esta certeza e pensar sempre como jovem, mas sinceramente não consigo. 
- Esta é a chave Jean, reflita sobre isto. - Durante a visitação estive com o Dr. Michel e marcamos um jantar para hoje à noite. 
- Que bom Isabele! - Aproveite a sua juventude. 
- Estou aproveitando! - Obrigado Marcele. 
Pontualmente às 9h. O Dr. Michel chegou ao seu destino e tocou a buzina de seu carro. Isabele se despediu dos seus amigos adentrou ao perfumado possante e,  juntos saíram em direção ao restaurante. Fora dos limites do hospital, Michel se apresentava totalmente diferente daquele médico conhecido há horas atrás. Era um homem que aparentava cerca de 30 a 35 anos, de rosto angular e bem barbeado, com cabelos curtos e bem tratado, ao passo que delineava aparência exótica e ar jovial. Por suas expressões e ao tratamento carinhoso a Isabele, ela logo percebe segundas intenções naquele encontro. 
- Há quanto tempo exerce a carreira de Médico? 
- Cinco anos e você o que faz? 
- Sou Engenheira de Computação. 
- Gosta do que faz? 
- Sim. Eu amo minha profissão e você? 
- Ser médico exige muito estudo e dedicação à carreira, mas não há reconhecimento, principalmente quando se trabalha para o governo. A satisfação acontece apenas quando conseguimos salvar vidas. Mais nada. 
- Isso pode mudar, mas depende suficientemente de acordos e um forte sindicato que realmente esteja engajado nas causas da saúde, com respostas que mostre ou provem o valor da categoria. 
- Há muita corrupção e descaso das autoridades e isto interfere significativamente em nosso trabalho. Estamos chegando, que prato pretende pedir? 
- Não sei. Qual a especialidade da casa? 
- Risoto de camarões e frutos do mar. 
- Então, pedirei risoto. Eu adoro. 
- Não se espante com a bandeja, pois é muito bem servido. - Vamos lá? 
- Vamos! 
Depois do jantar, caminharam por algumas ruas e saíram em frente à praia, onde ali, puderam sentar-se de frente para o mar, que recebia a visita da exuberante Flow e conversar um pouco mais: 
- Você disse que era Engenheira de Computação, o que sabe a respeito de medicina? 
- Autossugestão e convencimento. 
 - Então, é só dizer: você está curado, levante-se e pode ir embora. 
- Mais ou menos isso. O próprio ser humano deve aprender a auto imunizar-se se conscientizando do poder da sua mente estimulando o sistema imune, contra-atacando não só células malignas, como também os mais variados tipos de doenças. 
- De que forma o poder da mente pode controlar e atacar anomalias? 
- Através do seu convencimento de que está imune fazendo com que o cérebro responda de forma positiva irradiando de forma sistemática o cumprimento de seus comandos. 
- Acha que pessoas possam ser curadas apenas por terem fé de que serão curadas? 
- Se o cérebro entender que este comando foi ativado, sim. Mas não estamos falando de curas miraculosas e sim de autossugestão. Desta forma, deve induzir aos pacientes que treinem seus cérebros a pensar desta maneira. Os resultados são surpreendentes e começam a mostrar resultados de 3 a 4 dias depois de iniciados. Entretanto, os pacientes terminais por já estarem significativamente fragilizados, dificilmente conseguem. 
- Eu não sei, acho que esse papo chegou ao fim. - Quer tomar um sorvete ou beber algo? 
- Não. Está tarde e gostaria que me levasse para casa. 
- À noite ainda nem começou. Vamos a uma casa de dança. Gosta de dançar? 
- Me desculpe Michel, mas realmente preciso ir. 
Inconformado pelo encontro não ter alcançado o objetivo esperado, ele a levou de volta para casa e durante o percurso resmungou mentalmente mantendo-se calado por toda viagem de volta. 
- Boa noite Michel e muito obrigado por ter aceitado meu convite. O jantar estava ótimo. Espero que você pense a respeito do que conversamos. 
- Boa noite. 
Em casa no conforto do seu quarto, Isabele irradia pensamentos diretamente a mente de Michel forçando-o a pensar na conversa que tiveram durante o encontro. Por outro lado, também em seu quarto, Michel não entendia por que apenas o que aquela mulher lhe falou a respeito da cura de doenças, não saia da sua cabeça. O que ele não sabia era que aquela irradiação, também era um sugestionamento cerebral irresistível e o tornaria um homem diferente a partir daquele momento. 
Na manhã seguinte quando chegou ao hospital, ele voltou a sentir a estranha energia da noite anterior e sem mais relutar dirigiu-se a enfermaria fazendo os procedimentos de praxe, mas ao chegar próximo ao leito de Clair, sentou-se a seu lado e inicia uma conversa com a paciente, a princípio mentindo para ela: 
- Sra. Clair, averiguei seus exames e observei significativa melhora na sua doença. 
- É mesmo Doutor? - Que boa notícia. 
- Às vezes precisamos acreditar em nós mesmos e treinar a nossa mente para que os pensamentos positivos irradiem a melhora de algumas doenças. A Senhora pensa assim? 
- Não, mas esta noite tive um sonho em que me via bem mais nova e não tinha doenças. Eu me sentia dona do mundo e não tinha medo de ser feliz. 
- Muito bom Sra. Clair. Gostaria de lhe pedir que pensasse nesse sonho pelo menos cinco vezes por dia durante três dias, até os próximos exames. 
- Vou pensar Doutor. 
- Obrigado, agora descanse. 
Clair não só pensou no sonho, como também imaginou a sua cura e no terceiro dia, o Dr. Michel com o resultado da tomografia em mãos foi até o seu leito e sentou-se novamente a seu lado dizendo: 
- Espantoso Sra. Clair, seu tumor diminuiu 50% desde a última averiguação. 
- Eu vou me curar Doutor, você vai ver. 
- Inacreditável. Pode manter este pensamento e esta alegria por mais uma semana? 
- Claro Doutor, mas os remédios que estou tomando estão me ajudando muito. 
- Certo. Fique atenta aos horários dos seus remédios, as enfermeiras seguem as minhas recomendações.
- Obrigado Doutor. 
- Até amanhã Sra. Clair. 
Clair nem desconfiava que tomasse placebos substituindo os remédios que deveria tomar. Dez dias depois, o tumor havia desaparecido e Clair estava curada. No final da tarde, Michel vai ao encontro de Isabele, e bate a porta de Jean. Marcele olha pela portinhola da porta e pede que aguarde enquanto chama por Isabele. 
- Aquele Doutor está aqui Isabele! - Quer que eu peça para ele entrar? 
- Não Marcele. Vou recebê-lo na varanda, Obrigado. 
- Dr. Michel! - O que te traz aqui? 
- Preciso conversar com Você Isabele. Uma paciente ficou curada em 10 dias. Você pode me ouvir, está ocupada? 
- Não, pode falar. O que aconteceu? 
- Na noite em que nos encontramos suas palavras não saíam do meu pensamento. Eu relutei, mas acabei colocando em prática seus métodos com uma das pacientes e... Deu certo, ela se curou. 
- E você pretende continuar com outros? 
- Eu não sei Isabele. Coincidentemente a Sra. Clair disse ter tido um sonho e este sonho pode ter sido a chave para a cura. Como farei para que os outros pacientes também tenham sonhos parecidos? 
- Você disse Sra. Clair? 
- Sim. Sra. Clair de Fontaine. - Vai ter alta amanhã. 
- Que boa notícia. - Hipnose! 
- Hipnose, que hipnose? 
- Hipnotize seus pacientes. 
- Mas eu não sei hipnotizar ninguém. - Do que é que você está falando? 
- Indução de pensamentos, primeiro você os induz e depois os sugestiona. - Assim como fiz contigo. 
- Como é que é? 
- “Na noite em que nos encontramos suas palavras não saíam do meu pensamento”... Blá, blá, blá... 
- Como pode fazer isto? - Eu não entendo... 
- Vou te ensinar uma coisa Michel: Antes de pensar em você pense nas outras pessoas. Cada Ser tem em seu âmago grandes mistérios, identifique-os mesmo que resumidamente. Concentre-se totalmente em desvendá-los, depois é só sugestioná-lo. 
- Impossível! 
- Fiz isso com você naquela noite. Posso fazê-lo novamente. - Naquela noite, tudo o que você queria era transar comigo, como não conseguiu, seus pensamentos eram de revolta e tudo o que mais queria era poder se livrar de mim, me deixando em casa o mais rápido possível. 
- Isso foi o que você deduziu... Tá legal, eu queria transar com você e fiquei chateado, mas isto não quer dizer que desvendou meus mistérios. 
- Mas descobri quais eram suas intenções por que me concentrei nelas. Deixei todos os seus pensamentos irradiar suas emoções e invadi sua mente te sugestionando a fazer exatamente o que eu queria, ou seja, aplicar os meus métodos em seus pacientes. 
- Temos aqui duas questões: 
1) Eu não sei como fazer isto. 
2) Se você pode, eu também posso. 
- Ufa! - Finalmente chegou onde eu queria! - Todos podem. De certo isto exigirá muito tempo de treino e profunda concentração, mas eu posso te ajudar te dando um empurrãozinho. 
- De que forma pode me dar esse empurrãozinho? 
- Fazendo você aprender a se concentrar. Nossa mente é tudo e nela temos armazenados tudo que vivenciamos e aprendemos, desde a mais tenra memória, inclusive as experiências vividas em outras esferas, em outras realidades. Sei que no seu mais profundo íntimo, não acredita em outras existências, outros mundos. Mas te garanto e posso provar que digo a verdade. 
- Espere um momento, sou médico e me formei pela Faculdade de Urva. Acredito na Vida e tenho certeza da Morte, como posso me fiar nesse papo de outras existências e outros mundos? 
- Eu sou de outro mundo. 
- (...) 
- Não eu não sou maluca! 
- (...) 
- Se você acha melhor ir embora, então vá! 
- Você esta lendo meus pensamentos? - Como consegue? 
- Eu sou de outro mundo. 
- (...) 
- Não, você não está ficando louco. 
- (...) 
- Ei sei que é casado! 
- Pare. Por favor, pare. - Eu não sei como pode saber o que estou pensando, mas preciso saber como consegue fazer isto. 
- Vou te dizer pela terceira e última vez e gostaria que acreditasse e confiasse em mim, assim como estou confiando em você. “EU SOU DE OUTRO MUNDO”! 
- Mas como? 
- Me dê suas mãos. 
Quando suas mãos se tocaram e seus olhos se aprisionaram aos de Isabele, ele pode antever ao mundo a que Isabele se referia e naquele mesmo instante, um frio lhe subiu a espinha até chegar à cabeça e umas séries de procedimentos médicos lhe foram passados e aprendidos instantaneamente. Sem contar é claro que junto, também lhe foi inserido uma dose de ética e humildade que repeliam qualquer forma de se julgar superior às outras pessoas. 
- Obrigado Isabele. - Este é um segredo que levarei para o túmulo e jamais me esquecerei desta tarde. Vou por em prática tudo o que me ensinou e salvarei muitas vidas. Em cada uma delas, em meus pensamentos seu nome será lembrado. 
- Não nos veremos mais Michel, então quero te dizer uma última coisa: No momento certo e apenas uma única vez, você passará os conhecimentos que lhe dei a outra pessoa da mesma maneira e fazendo exatamente os mesmos procedimentos que eu fiz. Esta outra pessoa, passará para outra, que passará para outra, mas sempre uma única vez e estes aprendizados nunca serão esquecidos. 
- Como terei certeza de estar passando para a pessoa certa? 
- Você saberá! - Adeus Michel. 
- Adeus Isabele. 
Capítulo 30 
A despedida de Isabele do Planeta Zywamner 
No dia seguinte ao encontro que tivera com Michel, Isabele passou o dia inteiro conversando e desfrutando da amizade de Jean e Marcele. Ajudou a fazer o jantar, assistiu ao noticiário local pela TV com Jean e por volta das 21 h. pediu que seus amigos a acompanhassem a assistir a beleza natural de Flow que estava incrivelmente exuberante naquela noite. Assim os três sentaram-se nos bancos da varanda e puderam contemplar sua beleza e também trocar ideias: 
- Amigos! Quero lhes agradecer por tudo que me ajudaram e em retribuição quero deixar o meu outro brinco para que realmente possam estar seguros financeiramente, hoje mesmo partirei. 
- Mas por que Isabele, está aqui há tão pouco tempo... 
- Cumpri em Zywamner aquilo a que me propus e não devo ir além. 
- Sentiremos muito a sua falta, nos acostumamos com a sua presença e a este lindo sorriso largo. Você vai voltar minha filha? 
- Não posso prometer, mas certamente também sentirei a falta de vocês. Nunca gostei de despedidas, mas não poderia ir embora sem fazê-lo, pois também passei a considerá-los membros de extremo valor em minha vida.
- Sabemos que não podemos te pedir para ficar, mas quero que saiba o quanto nos sentimos gratos pelo que nos fez e honrados por ter tido o privilégio de ter participado de tão maravilhoso e espetacular momento de nossas vidas.
Eles se abraçaram fortemente. Isabele olhou para Flow por alguns instantes e colocou a mão no ouvido desaparecendo instantaneamente...
Jean e Marcele ficaram por ali abraçados e as lágrimas lhes escorreram dos olhos, mas agora faziam parte do seleto número de pessoas que puderam comprovar a existência de outros seres pertencentes a outros mundos.
Fim.
  Se o caro (a) leitor (a) teve a oportunidade em ler os dois primeiros livros da série, então deve estar percebendo que o crescimento espiritual e a própria vida de Isabele vem se modificando a cada aventura. Este é um bom motivo para ela considerar as “viagens” também no Tempo. Mas será que os próximos e surpreendentes acontecimentos se darão pelo acaso ou haverá um propósito implícito por detrás das cortinas? – O que você me diz de um encontro com uma Figura Ilustre do nosso passado estando o mesmo relacionado com Seres Iluminados de outra Dimensão?
Esta será a nova experiência da protagonista, que particularmente considero como um salto quântico em sua jornada.
Obrigado por viajar junto comigo e muitas bênçãos a você!
Antonio Bencardino.
Capítulos de Zywamner 
Capítulo 25 - De volta ao ano 2601 
Capítulo 26 - O Planeta Zywamner 
Capítulo 27 - Isabele chega a Zywamner 
Capítulo 28 - O projeto de Isabele para a Tetramicro 
Capítulo 29 - O poder da mente e as curas 
Capítulo 30 - A despedida de Isabele do Planeta Zywamner




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